Os alunos da rede municipal de ensino de São José do Rio Preto não estão recebendo o kit alimentação ou qualquer tipo de ajuda proveniente da secretaria de educação e assistência social há mais de 30 dias.
Com o retorno das atividades escolares presenciais é provável que os donativos sejam cortados sem aviso prévio aos pais ou responsáveis dos alunos que se beneficiam.
Vale ressaltar que até o presente momento, as aulas estão acontecendo de maneira híbrida. Os alunos estudam uma semana na escola e outra a partir de casa (ensino remoto).
A ajuda era distribuída quinzenalmente, sendo no início do mês uma cesta maior e na metade do mês um kit alimentação menor, este último composto por alimentos perecíveis.
A quantidade, qualidade e maneira na qual os alimentos eram oferecidos gerou muita polêmica ao longo do mês de maio deste ano.
Nem a secretaria de educação e nem a prefeitura se manifestaram oficialmente sobre o corte.
Como muitos já estão cientes, o retorno às aulas presenciais agora é obrigatório tanto para a rede pública de ensino, como para a privada. Além disso, mesmo sem a conclusão da vacinação dos adolescentes e início da imunização das crianças, as escolas podem funcionar com 100% da capacidade.
Embora a segurança alimentar não seja pauta para a secretaria de educação, estando a mesma propensa a usar o novo decreto como justificativa para a suspensão do kit alimentar, o que é compreensível, as famílias que estão recebendo o benefício deveriam ser previamente avisadas, para que pudessem buscar outras formas de ajuda, antes que a fome de fato se instale em seus lares.
Em mais da metade dos lares brasileiros houve situações de insegurança alimentar. No Brasil 19 milhões pessoas já passaram fome durante a pandemia, esses dados foram revelados no Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19.
Infelizmente voltamos a ler e assistir nos noticiários que pessoas são presas por roubar alimentos em supermercados, que muitos estão comprando ossos, pés de galinha para poderem sobreviver, que brasileiros estão revirando latas de lixo ou correndo atrás de um caminhão de lixo para conseguir se alimentar.
Aos maus intencionados ou desinformados que ecoam o bordão presidencial "a culpa é do fica em casa" só resta uma desculpa capenga e um conformismo absurdo. Como crer na boa fé de um "gigante" que acordou devido ao aumento de uma tarifa de ônibus, mas não se sensibiliza com a fome que volta a assolar milhões de pessoas?
Para os pobres só restou uma sinuca de bico, ficar em casa e passar fome ou ir trabalhar e morrer de Covid? Quem repete tal bordão mencionado acima, apenas tenta isentar um governo que optou pela necropolítica, ao invés de criar soluções para as crises, sanitária e econômica, iminente. Para além disso, se de fato apresentasse o mínimo de preocupação com as questões econômicas do país, não gritaria aos quatro ventos para que as pessoas deixassem de seguir os protocolos sanitários. Afinal estimular a não adesão das pessoas às medidas protetivas sanitárias, é também estimular a propagação do próprio vírus, tido como destruidor da economia.
A impressão que se tem é de que o atual governo federal e suas nuances municipais, não se preocupou nem com uma questão e nem com a outra. Se preocupou apenas em distrair a população e imprensa com suas frases absurdas, para esconder a verdade de sua incompetência.
Os números não mentem, a ciência não mente, e certamente a história não mentirá. A conta da incompetência para gerir tais crises está chegando para os mais vulneráveis. Quando chegará aos responsáveis?
Mín. 17° Máx. 24°