Baterista e produtor musical, Rogerio Pinheiro, de 51 anos sente na própria pele o drama que é viver sem acessibilidade ou políticas que garantam um cotidiano mais tranquilo para os portadores de deferência no Brasil. Em razão disso, decidiu criar um canal com podcasts em que aborda o universo de pessoas que assim com ele, possuem deficiência visual.
Nascido em São Paulo em uma época em que as crianças com algum tipo de deficiência não tinha acesso à educação, Rogerio precisou de muita determinação para conseguir estudar sobre o que hoje mais ama fazer, tocar bateria. Ele conseguiu estudar somente até a oitava serie do ensino médio, quando foi aconselhado a parar de estudar, por não conseguir mais enxergar a lousa na sala de aula. Entretanto como já havia descoberto a paixão pela bateria, o instrumentista se matriculou na Drum Instituto, uma renomada escola de bateria localizada no bairro Brooklin, em São Paulo, onde conseguiu vislumbrar um futuro diferente do que todas as possibilidades até então apresentadas lhe apontava.
Atualmente, com o seu trabalho já consolidado, pensando em ajudar portadores de deficiência visual e sociedade em geral, o músico decidiu criar um canal informativo no Spotify, pois acredita que somente a informação pode libertar as pessoas dos tabus e preconceitos instalados na sociedade referente aos deficientes.
"Muitas vezes o preconceito é baseado na falta de informação de uma sociedade. Através desse podcast procuro informar e mostrar exemplos baseados na vivência de pessoas com deficiência visual, além de dicas e orientações, como: acessibilidade assitiva; portadores de cães guias; as diferentes cores das bengalas; motivação e histórias reais", contou Rogerio Pinheiro.
Denominado "Meia Luz", mesmo nome do livro em que o artista está escrevendo, o canal já possui uma série com quatro episódios. Cada episódio tem uma temática diferente.
Ícone da música instrumental de Rio Preto Preto, Rogerio Pinheiro já participou de diversos trabalhos musicais, em que teve a oportunidade de conhecer 10 estados brasileiros e consequentemente suas culturas, o que o possibilitou ter contato com a diversidade musical presente no Brasil.
Entretanto o baterista quis ir além, as fronteiras não o limitaram de conhecer e estudar estilos musicais internacionais, pelos quais até hoje é apaixonado, o jazz, o soul, a salsa, o rock e tantos outros que fazer parte de sua "bagagem" musical.
Em Rio Preto, Rogerio fez e faz parte de relevantes projetos musicais, como a Banda Sinfônica Municipal, banda Sonho Ótico, Visão do Coração, entre outros, além de ter dado aula no projeto Cisne, que fazia parte de ações formativas da prefeitura municipal.
"A música sempre norteou minha vida, através dela conheci muitos lugares, pessoas e possibilidades pessoais e profissionais. O respeito a essa arte pra mim é uma constante, não consigo ver a música apenas como um "ganha pão", mas também como uma expressão cultural e da alma. Por isso tenho tanto respeito até hoje", disse.
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