Com foco no público feminino em vulnerabilidade, o projeto "Entrelinhas" está com inscrições abertas para oficinas de bordado ministradas em São José do Rio Preto. Serão seis encontros que incluem, além do aprendizado da técnica de bordado, momentos de conversas e trocas de experiências entre as participantes.
“Nosso objetivo é promover um espaço cooperativo, que possibilite diálogos, afeto e valorização a vida das mulheres, gerando capacitação profissional e artística, proporcionando uma grande rede de apoio, empoderamento e fortalecimento, através das reflexões, vivências e criações partilhadas, que resultará em obras que vão compor parte da Exposição Entrelinhas," explicou Denise Cristiane, idealizadora do projeto, artesã e designer.
O projeto é realizado com os recursos da Lei Paulo Gustavo (municipal). A ideia é oferecer acolhimento, experiências de lazer, além de oportunizar diálogos entre mulheres de diversas perspectivas, promovendo melhorias na saúde mental das inscritas, através do artesanato.
Os primeiros registros do bordado na humanidade se deu na pré-história, no período paleolítico, há cerca de 2,7 milhões de anos. Há registro de bordados em fios de ouro na tumba de Tutancâmon, faraó da décima oitava dinastia, durante o período da história egípcia, em 1.300 anos antes de Cristo. Já se bordava também no Peru, em cerca de 300 anos AC. Os chineses, que bordavam em seda, expandiram o comércio do bordado e, mesclando as artes persa e arabe, criaram uma linguagem universal, baseando-se em peças florais e padrões geométricos.
O bordado era utilizado para decorar as bordas das roupas francesas. Foi no país europeu que surgiu a palavra broder, ou bordado. Na França também se utilizava da técnica para contar histórias. Britânicos praticavam bordado para criar peças religiosas em fios de ouro, que se converteu em símbolo de poder da coroa inglesa, diferentemente de no México, em que o huipil era uma vestimenta bordada, usada pelas mulheres indígenas, ali a técnica era passada de geração em geração, assim como o sachiko Japonês, uma técnica tradicional e popular.
Com o surgimento das máquinas, o trabalho manual foi desvalorizado. Historicamente sendo associado ao feminino, o bordado foi tido como um simples passatempo, ou ferramenta para o ideal feminino e a submissão. Entretanto, bordar oferece um espaço de expressão pessoal, por isso muitas mulheres deixaram sua marca nos objetos que as rodeavam, e mesmo que ainda submissas aos maridos, pais e irmãos, deixaram seus legados através de obras de arte.
Por muito tempo, o bordado ganhou o status de passado, folclórico, religioso, artesanal ou relíquia. Porém, sua autenticidade nunca perdeu o valor, ele ultrapassou o tempo e chegou há cerca de 15 anos, dominando passarelas e lugares inimagináveis de pertencimento. Numa linguagem subversiva, conquistou as mulheres e oportunizou a geração de renda e empoderamento das artesãs.
No Brasil a técnica ganhou destaque no estado do Maranhão, mas a arte faz parte da cultura em todas as regiões do estado. O município de São João dos Patos é reconhecido por lei como capital maranhense do bordado.
Dia: 02/03 - 1° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
Dia: 09/03 - 2 ° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
Dia: 16/03 - 3 ° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
Dia: 23/03 - 4° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
Dia: 06/04 - 5° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
Dia: 13/04 - 6° Oficina
Horário: 9h até 12h
Local: Local: Desate D.O.M. (Espaço de Arte e Cultura)
O projeto "Entrelinhas" prioriza a inscrição de mulheres com mais de 16 anos que sejam lésbicas, bixesuais, transexuais, travestis, com deficiência, em situação de vulnerabilidade ou vítimas de violência doméstica.
Abertura das inscrições: 05 de Fevereiro
Encerramento das inscrições: 20 de Fevereiro (ou enquanto houver vaga)
Link para se inscrever: https://forms.gle/m45krMohvWMxBbxYA
Telefone: (17) 9 8200-0090
Realização: Prefeitura de São José do Rio Preto através do fomento à Lei Paulo Gustavo 2023.
Proponente e produção executiva: Denise Cristiane
Auxiliar de produção e instrutora: Lila Santiago
Artesã auxiliar: Celia de Souza
Curadoria: Cássia Franco
Fotografia: Talita Pereira dos Santos
Comunicação e assessoria de imprensa: Elis Bohrer
Designer Gráfico: Bianca Cristina Santos
Participação de Fabiana Suave: marcenaria
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