Festa Julina da Favela Marte teve comidas típicas e brincadeiras para as crianças

Promovida pela Instituto Bem Vindo, a Festa Julina da Favela Marte ofereceu uma manhã agradável para os moradores da Favela Marte. O evento aconteceu no último sábado, 1, na Estância Jockey Clube. 

A criançada se divertiu bastante ao som de músicas tradicionais da festa. Teve maquiagem com bandeiras para as meninas e piscina para todos.

“A gente sempre foi uma favela que teve uma boa gestão, também sempre mantivemos todas as datas memoráveis em atos festivos e dentro da cultura da data. Não só dentro da favela. Como estamos nesta moradia transitória, estamos mantendo os nossos costumes”, explicou Benvindo Neri Pereira, presidente do Instituto e líder comunitário da Favela Marte.

Além da promoção do Instituto, o evento contou com o apoio de voluntários que realizam trabalhos sociais na Favela, moradores e Jonas Freddi. O sucesso da festa se deu pela união de várias forças para que tudo saísse dentro do previsto, comes, bebes, transporte dos moradores e diversão das crianças.

“Na verdade para esta festa, temos apoio meu e do Jonas que estamos coordenando, mas o patrocínio está vindo dos voluntários, que são professores que dão aula, desenvolvendo socialmente nossos moradores e algumas pessoas da sociedade, mas a maioria são voluntários do próprio projeto de desenvolvimento social que o Instituto Bem Vindo tá tocando”, disse Benvindo.

Momento de transição de moradia. 

Amplamente veiculada nas mídias regionais e até nacionais, a remoção dos moradores da Favela Marte tem os seus desdobramentos. Neste momento todos os moradores vivem em situação transitória, ou seja, moram temporariamente em lugares que não são suas residências permanentes.

“O projeto removeu a gente do nosso território para a construção das casas, todos estão vivendo em moradias transitórias dignas. A gente tá tentando desenvolver socialmente essas famílias para que retornem para a Favela Marte não só com uma casa digna, mas também emancipadas, não é muito fácil, mas a gente tá no esboço  da emancipação.

Uma parte do aluguel social das casas onde essas pessoas estão vivendo temporariamente se origina do Governo do Estado de São Paulo e outra grande parte vem da arrecadação feita pelo Instituto Gerando Falcões.

“Esse projeto é construído com muitas mãos. Gerando Falcões patrocina a moradia  transitória, o Governo do Estado está construindo as casas e o governo municipal está realizando a infraestrutura da terra, PORÈM, nós não estamos ganhando tudo isso de graça quando retornarmos vamos pagar por essas casas com parcelas que, esperamos, caber no nosso bolso. Porque será em torno de 20% da renda per capita de cada família”, enfatizou Benvindo. 

Desenvolvimento além da moradia e desafios 

Enquanto aguardam pela construção de suas moradias fixas, os moradores da favela tem um longo caminho para trilhar. os desafios são grandes para quem atua como agente de desenvolvimento social na Favela Marte. 

“ A educação dentro da nossa favela tinha um grau muito baixo, então a gente tem esse tempo para educar, conscientizar e qualificar esses moradores para que quando retornarmos eles estejam qualificados, empregados ou transformados em empreendedores”. ponderou.

Os rumores de que há muito investimento por parte da iniciativa privada, segundo Benvindo, não são verídicos. Tudo o que os moradores da Favela Marte conquistaram faz parte de muitos anos de luta e construção coletiva, é claro, com algumas contribuições, porém não em sua totalidade.

“A gente nunca foi uma favela que ficou de joelhos esperando as coisas acontecerem. A gente sempre construiu os nossos próprios benefícios. Tudo isso que tá acontecendo hoje pra mim é mérito dos moradores da favela que fizeram a luta e eles são merecedores, na verdade eles são os verdadeiros guerreiros”, finalizou Benvindo. 

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