Localizado no coração de Rio Preto, o bar e restaurante Point do Acarajé propõe uma estética e pratos diversificados, pautados na cultura afro-brasileira. Além do tradicional acarajé, o espaço oferece pratos como baião de dois, caldos e diversas porções, além de bebidas e cervejas.
Para tornar a noite dos frequentadores da casa ainda mais agradável, o Point conta com atrações musicais de estilos diversos, como samba, MPB e pop rock. Na próxima sexta-feira, 2, quem comandará o som será a cantora e compositora Elis Bohrer.
“No tabuleiro da baiana tem”, já nos cantou Ari Barroso. Assim como o candomblé e seus orixás, o acarajé chegou da África ao Brasil através das pessoas negras que foram escravizadas e conta uma história de religião, liberdade e preconceito.
Algumas comidas nos ajudam a explicar a história do Brasil, é o caso do acarajé, uma comida de santo e de rua. Você sabe o que significa a palavra acarajé?
Um bolinho, feito com feijão fradinho triturado e batido do liquidificador, que tem todos os ingredientes fritos do azeite de dendê, ultrapassou diversas gerações até chegar nos dias atuais. Fazer acarajé não é para qualquer um, trata-se de um processo longo, que exige técnica, muita atenção e ingredientes como camarão e muito tempero.
Espirituosos acreditam que o ato de comer acarajé liga o ser humano com divindades africanas. O papel do acarajé dentro das religiões de matriz africana é a nossa ligação com os orixás.
Dentro das religiões de matriz africana existem as oferendas, que consiste basicamente em se desfazer de algum bem material para homenagear algum orixás, uma das maneiras é ofertar preparos ou comida, já que as divindades são consideradas seres que comem. É dentro desse contexto que o acarajé está inserido. O acarajé é um prato específico para a deusa Iansã (Oyá), que comanda os ventos e as tempestades. Sendo assim o acarajé é uma comida Votiva, que contém, manipula e compartilha o axé.
De acordo com a mitologia africana, Iansã foi enviada em uma jornada a pedido de seu marido, Xangô. Sua tarefa era encontrar um preparo que entregasse a ele o poder de cuspir fogo. Ao encontrar o preparo Iansã, ousada e destemida, comeu e recebeu tal poder. Por isso a oferenda é destinada à deusa.
Acará significa bola de fogo, já que por sua vez significa comer, então o nome significa comer bola de fogo.
O bolinho começou a ser difundido e comercializado fora dos terreiros no século XIX, em meio a revolução industrial e com o processo de urbanização. Inicialmente era vendido em Salvador e em outros centros urbanos baianos. Ele passou pela era da chamada “hamburgerização”, portanto cresceu em tamanho e recebeu outros ingredientes como a salada baiana, o vatapá e o caruru, sendo essas duas últimas comidas também de origem africana.
Gostou de conhecer essa história? Que tal experimentar um acarajé produzido em Rio Preto?
Dia: 2/06
Horário: a partir das 19h30
Local: rua Delegado Pinto de Toledo, 2657
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